terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Música e Roteiro

Música: Cachimbo da Paz
Gabriel O Pensador

A criminalidade toma conta da cidade
A sociedade põe a culpa nas autoridades
Um cacique oficial viajou pro Pantanal
Porque aqui a violência tá demais
E lá encontrou um velho índio que usava um fio dental
E fumava um cachimbo da paz
O presidente deu um tapa no cachimbo e na hora
De voltar pra capital ficou com preguiça
Trocou seu paletó pelo fio dental e nomeou
O velho índio pra ministro da justiça
E o novo ministro chegando na cidade,
Achou aquela tribo violenta demais
Viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades
E chamou a TV e os jornais
E disse: "Índio chegou trazendo novidade
Índio trouxe o cachimbo da paz

Maresia, sente a maresiamaresia, uuu...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça

Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta
Dizem que é do bom, dizem que não presta
Querem proibir, querem liberar
E a polêmica chegou até o congresso
Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência
Porque não é Hollywood mas é o sucesso
O cachimbo da paz deixou o povo mais tranqüilo
Mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos
E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva
E prometeu voltar com uma tonelada
Só que quando ele voltou "sujou"!!!
A polícia federal preparou uma cilada
"O cachimbo da paz foi proibido, entra na caçamba vagabundo!
Vamô pra DP! Ê êê! Índio tá fudido porque lá o pau
Vai comer!"

Maresia, sente a maresiamaresia, uuu...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça

Na delegacia só tinha viciado e delinquente
Cada um com um vício e um caso diferente
Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele
Não vendia pinga fiado
E um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travestí
E assassinou o coitado
Um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta
E ela foi sequestrada
Era tanta ocorrência, tanta violência que o índio
Não tava entendendo nada
Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento
E acendeu um "da paz" pra relaxar
Mas quando foi dar um tapinha
Levou um tapão violento e um chute naquele lugar
Foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um
Acidente provocado por excesso de cerveja:
Uma jovem que bebeu demais atropelou
Um padre e os noivos na porta da igreja
E pro índio nada mais faz sentido
Com tantas drogas porque só o seu cachimbo é proibido?

Maresia, sente a maresiamaresia, uuu...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça

Na penitenciária o "índio fora da lei"
Conheceu os criminosos de verdade
Entrando, saindo e voltando cada vez mais
Perigosos pra sociedade, aí, cumpádi, tá rolando
Um sorteio na prisão pra reduzir a super lotação
Todo mês alguns presos tem que ser executados
E o índio dessa vez foi um dos sorteados
E tentou acalmar os outros presos:
"Peraí..., vamo fumar um cachimbinho da paz
"Eles começaram a rir e espancaram o velho índio
Até não poder mais e antes de morrer ele pensou:
"Essa tribo é atrasada demais...Eles querem acabar com a violência,
mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz
"E o cachimbo do índio continua proibido mas se você quer
comprar é mais fácil que pão
Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram
O velho índio na prisão

Maresia, sente a maresiamaresia, uuu...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Maresia, sente a maresiamaresia, uuu...

Apaga a fumaça do revólver, da pistolaSente a marisia
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Sente a marisia, acende, puxa, prende, passa, uuu...
Apaga a fumaça do revólver, da pistola

Cena 1: (exterior, plano geral – dia)
O prefeito de determinada cidade, viaja para o pantanal em busca de um lugar calmo.

Cena 2: (exterior, plano americano e close - dia)
Chegando lá, ele conhece um índio que usava fio dental e fumava o "cachimbo da paz". O índio lhe oferece o cachimbo e o prefeito aceita.

Cena 3: (interior, plano médio e americano - dia)
Chegada à hora de voltar para sua região, mesmo com preguiça, o presidente decide retornar, porém troca seu tradicional traje pelo fio dental e nomeia o índio para ministro da justiça.

Cena 4: (exterior, plano geral - dia)
Chegando à cidade, o índio acha o povo de lá muito violento, e vê que as pessoas eram presas.

Cena 5: ( exterior,plano médio – dia)
Com a intenção de estabelecer a paz, o índio chama toda a mídia e anuncia que trouxe uma novidade, o "cachimbo da paz".

Cena 6: ( exterior, plano geral e médio –tarde)
Todas as pessoas da cidade estão experimentando o cachimbo. Algumas dessas pessoas estão conversando e uns dizem que o fumo é bom e outros que o mesmo não presta.

Cena 7: ( interno, plano geral – tarde)
Através da televisão e outros meios de comunicação, a notícia chega ao congresso e se inicia uma grande discussão se irá liberar ou proibir o cachimbo.

Cena 8: (externo, plano geral – tarde)
As pessoas continuam fumando o cachimbo já que nenhuma decisão tinha sido tomada pelos governantes daquela cidade.

Cena 9 (externo, plano geral – tarde)
A população está mais tranquila e quer continuar fumando o cachimbo, porém o fumo acaba e o índio promete ir à selva e voltar com uma tonelada da erva.

Cena 10: (externo, plano geral – dia)
No caminho de volta para a cidade, o índio foi surpreendido por uma emboscada da polícia, e preso, pois o cachimbo havia sido proibido.

Cena 11: (interno, plano americano – tarde)
Chegando na delegacia, o índio viu que lá só tinham viciados e assassinos.Conheceu tantos casos de violência, que já não entendia nada.

Cena 12: (interno, close e plano americano – tarde)
Ao ver o delegado fumando resolveu acender seu cachimbo. Com isso uma autoridade aproximou-se e o agrediu.

Cena 13: (externo e interno, plano geral e close – dia)
O índio é transferido para o presídio, e no caminho assiste a um acidente provocado por uma jovem embriagada, que atropelou um padre e dois noivos na porta de uma igreja. Com isso, o índio continua sem entender nada e se pergunta por que só o seu cachimbo é proibido.

Cena 14: (interno, plano médio – tarde)
Na penitenciária, o índio conheceu os criminosos mais perigosos que entravam e saiam da prisão.

Cena 15: (interno, plano geral – dia)
O índio é sorteado para ser executado, já que todo mês é feito isso com o objetivo de diminuir a super lotação.

Cena 16: (interno, plano americano e close – dia)
Os presos se aproximam do índio para matá-lo, ele tenta os acalmar oferecendo um cachimbo, porém não adianta nada. E antes de morrer ele pensou: "Essa tribo é atrasada demais...
Eles querem acabar com a violência,
mas a paz é contra a lei e a lei é contra a paz".

Cena 17: ( externo, plano americano – dia e tarde)
Os mesmos que mataram o índio, anos depois, estão vendendo o próprio "cachimbo da paz".

André Seabra
nº4 1002

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